quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pétala

"Você se parece com o selinho roubado,
meio sem graça, todo mal amanhado.
E seu silêncio é mais que silêncio,
como teus olhos castanhos,
que trazem a tempestade que eu aponto,
como a chamada não atendida do teu número.

E eu disse que não chegaria mais perto,
entretanto, porém, decerto, deserto ficaria aqui
se não pudesse eu, ao menos uma vez por semana,
ver tua boca sorrir.

E sei que entre a fita e o azul,
aquela é a escolhida,
por saber ser a minha preferida,
de leste a oeste, de norte a sul.

E quero saber o que por ti não faço,
paro a aula de história, me visto de palhaço,
te aperreio tanto, fingindo ser o mais chato,
só pra poder, sem remorso ou mal-dizer,
deitar no calor do teu abraço.

Se não falo, é pra tentar ou não desistir,
sou inconsequente, pra muita coisa demente,
mas penso, com corpo e mente,
como pode, tão linda, simplesmente existir?"

Há muito tempo atrás, para Cheyla Salvador.

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