terça-feira, 22 de julho de 2008

A Dama do Inverno e O Caçador de Sonhos

"Virás com um ar leve, desobrigado
Com roupas claras e não gastas
Voando por entre a superfície estranha
Das minhas entranhas que agora me corroem

Chegará com todo o frio
Deixando mágoas correrem pelos rios
Verás o mundo desabar, e não poderás fazer nada
Nessa estrada, calam-se os burros, contentam-se com nada

Entrará pela porta aberta,
Na mais fria noite, na mais deserta
Com caos, morte, solidão
O bosque veio e se calou

Desculpe inverno, outono
Não posso ficar com o que ninguém deixou
Não posso passar o frio sozinho
Não consigo ficar assim, quietinho

Sou meu tudo, sou meu nada
Ser só eu, ser só eu basta.

Então, como poderei sofrer
Quando seu corpo ainda guarda meu prazer?
Ser então, não sei mais,
Viver assim, esquente não, eu quero paz.

Calar quando deve falar,
Fugir porque não quer partir,
Então, como posso?
Como posso?

Posso ir pro nada,
Possuir um tudo,
Uma parte que não tinha,
Uma parte que faltava.

Ser o tudo, ser o nada
Ser só eu, então, só basta."

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